quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

dezembro de 2007

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

NATAIS NAS QUATRO OPERAÇÕES

Isabel Cristina CCarvalho

Admiro e gosto muito destes tempos de espera de Natais. Sempre me pareceram e continuam diferentes e singulares.

Na infância eu entendia este pedaço do ano como um lugar onde eu experimentava e exercitava sentimentos diferentes.

Era assustador, estimulante, mas caminho natural para uma criança curiosa descobrir afetos e vida. Nestes tempos infantis de espera de Natais somavam-se euforias, resignações, melancolias, alegrias e tantas decepções num caleidoscópio de emoções despertas e guiadas por frágeis "luzinhas-pequeninhas" de Natal.Nos tempos adolescentes dividiam-se generosidades, paixões, vaidades, rebeldias, aventuras, ressentimentos, invejas, ansiedades, otimismos, medos, expectativas, lágrimas e sonhos. Nos tempos de espera de Natais da minha juventude foi intensa e marcante a multiplicação de sentimentos novos; antigos; meus; dos outros e que me permitia compartilhar responsabilidades e valores. Multiplicaram-se brigas, carinhos, respeitos, rancores, humildade, admirações, ironias, cumplicidades, arrogâncias, servilismos e obstinações. Agora na fase dita madura, e para mim ainda de estranha maturidade, meus recentes tempos de espera de Natais têm tornado-se apreensivos e reflexivos.São tempos de espera mais rigorosos, pois me confrontam com os desafios da subtração, não só mais de sentimentos, mas com bens e atitudes.

Preciso subtrair materiais e vivências desnecessárias. Subtrair excessos de experiências, gestos desmesurados, incompatíveis, refratários, herméticos ou ociosos. E nestes outros novos tempos de espera de Natais, pedirei ajuda às "luzinhas-pequeninhas" para subtrair com discernimento e coragem as frações que farão restar em mim sentimentos mais nobres. Isabel Cristina CCarvalho Foto: Luzinha-pequeninha de minha árvore.

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