Será que o ser humano não presta? Tão dura e pessimista ideia, assim como está escrita, ou em brandos termos posta, ene vezes escutei, ainda quando, inocente ou ignorante, sequer compreendesse o seu significado.
E, certamente, não eram as vozes de filósofos discutindo se o homem é bom ou mau por natureza.
Ao correr da vida, não poucas vezes, vi-me surpreendido a refletir sobre o tema, e meu lado otimista levando a melhor. Porém, a cada vinco no rosto e a cada fio de cabelo que se vai, o pessimismo vem ganhando posições, e nem sei até onde minha resistência chegará.
Essas reflexões vêm reaparecendo a propósito, e não só por isso, das notícias de que a Coreia do Norte, detentora da bomba atômica, está a desenvolver e a disparar foguetes capazes de conduzir ogivas nucleares.
Pois guri ainda, ouvia falar da terrível 2ª Guerra Mundial e das coisas pavorosas nela acontecidas. Por isso, ingenuamente, imaginava que os homens, as nações nunca mais fariam guerras.
Ledo engano! Já estavam no rádio os noticiários sobre a Guerra da Coreia...
Depois, por esse mundo afora, em maior ou menor escala, foram aparecendo conflitos armados sob os mais variados pretextos. Ao que penso, o maior deles terá sido a Guerra do Vietnam.
Isso que nem falei das conflagrações internas em muitos países e da pesada repressão a opositores de seus regimes. Sem dizer, também, da destruição da natureza e da poluição ambiental em terra e na água.
E agora, disputando atenção com o Iraque, o Afeganistão, volta a Coreia do Norte a exibir aparato bélico, vindo de bomba atômica que a Índia, o Paquistão, Israel e, dizem, que o Irã quer tê-la também, além dos arsenais das, ditas, grandes potências, claro.
Ninguém ignora que a sede de poder e de sangue, o ódio, os loucos sonhos de grandeza nacional, a ambição e a ganância, os interesses de dominação política e/ou econômica, ao longo da história humana, levaram morte, sofrimento e destruição a incontáveis gerações.
Afora essa categoria de conflitos, outros há que, desde sempre, infelicitam as comunidades, indiferentemente de meridiano ou paralelo. Mas, hoje, mais que nunca desgraçam o nosso País. Refiro-me, por certo, à escalada da violência, da criminalidade de todas as formas - que parte e age, em maior ou menor grau, - de todos e em todos os estratos sociais.
Os jornais, a TV e o rádio nos martirizam com as resenhas dos horrores do dia: assassinatos, furtos, roubos, assaltos com morte, violência nas famílias e nas escolas, o drama das drogas e o tráfico, mortes no trânsito nas cidades e nas estradas... E tudo em números crescentes, com a corrupção grassando desinibida pela sociedade consumista, cada vez mais desapegada dos valores éticos e morais.
Estaria certo Thomas Hobbes, filósofo inglês, ao sentenciar, lá no Século XVII, que o "homem é o lobo do homem?
Numa época em que se apreciava filmes do "far west", aqueles da eterna luta entre bandido e mocinho, xerife e pistoleiro, das brigas e duelos, via-se na tela cenas de matanças, de bandoleiros pilhando pequenas comunidades distantes e atacando fazendas isoladas, ou praticando assaltos a diligências e trens, a bancos. Tudo parecia tão insólito e de lugares e tempos remotos...
Já não parece. O faroeste, agora, é aqui.
Haja, pois, esperança!...
3 comentários:
Enquanto pudermos ler estes preciosos textos e livros como o seu excelente "Mínimas Confissões",nem tudo estará perdido
Pedro e Clara Albath
Oportuna,inteligente e muito bem redigida reflexão
Carla M Sicca
Aliás, a conjuntura mundial é bem pior que o "far west", pois além da ultraviolência empregada, agora já não contamos com os possíveis "bons mocinhos" das telas do cinema... boa reflexão Sr. Almiro!
Rafael Salton
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