Almiro Zago
57ª
Feira do Livro de Porto Alegre: patrona Jane Tutikian
28 de outubro a 15 de novembro
Por
que nossos jovens não leem?
As razões do desapego dos jovens pela leitura poderiam ser
listadas facilmente se ficássemos na
superficialidade, no aparente. E isso pouco ajuda.
Mas pensando bem, se o estímulo à leitura é o objetivo, o que de
bom e proveitoso posso fazer agora, além
de participar da Feira do Livro, seria
repercutir o que disse a escritora Jane
Tutikian sobre o tema. Está registrado
no Caderno de Cultura, de Zero Hora, na edição de sábado, 22 de outubro:
Perguntou o jornal: “Que atividade a senhora gostaria de fazer
como patrona que poderia marcar seu período à frente da Feira?”
Bem, em resposta, a escritora Jane Tutikian lançou desconcertante diagnóstico e um
desafio inquietante:
“A primeira coisa que eu gostaria de fazer seria uma grande
campanha de formação do leitor. Nos queixamos muito de que nossos jovens não
leem e nos escondemos atrás de mil desculpas. As principais são a TV e a
internet, e enquanto nos omitimos, as coisas continuam como estão. A escola diz
que quem forma o leitor é a família. Como forma, se a família não lê? Mesmo os
mais abastados, já dizia o Pedro Bandeira, preferem investir nos pés das
crianças e não na cabeça. Compram tênis caríssimos, mas não compram livros. A
família diz que quem forma é a escola. Como, se os professores não leem? Se
literatura é paixão e se é impossível transmitir paixão pelo que não se
conhece? A segunda é levar escritores para conversar com escritores, no fim de
tarde, de volta à praça.”
Ao que parece, diante do conhecimento do mal e de suas causas
originárias, passaria a solução pelo
trabalho harmonioso, combinado entre família e escola. Porém, em nossa
realidade, ambas carecem de maior
presença do elemento fundamental: o livro.
Quem sabe, a campanha de formação do leitor da escritora Jane
Tutikian possa incluir a dotação de
todas as escolas, públicas e privadas, com bibliotecas dignas deste nome. Só
assim – com livros para todos - será possível enfrentar o desafio de levar os
professores a lerem, ou lerem mais.
E o passar aos estudantes a paixão
pelo encanto de ler aconteceria como
natural consequência, não acham?
Outra
Feira do Livro, a de Sobradinho
A diretora de cultura da Casa da Cultura de Sobradinho, Clélia Redin, mandou convite para participar da 17ª Feira do
Livro, que tem como patrono o escritor João Marcos Adede Y Castro.
Sua
programação envolverá os dias 4, 5 e 6, de novembro, na Praça 3 de dezembro, daquela cidade. Entre os destaques da Feira
aparece o lançamento do livro “2ª Coletânea do Concurso Literário jornalista
Valacir Cremonese”.
O
leitor e o fascínio pelos sabiás
Para minha satisfação, agora escrevo para agradecer mensagens recebidas,
via e-mail, de leitores que revelaram
suas ligações de alegria e afeto com os sabiás cantores das madrugadas.
O Lívio Paulo Susin conta da sinfonia diária dos sabiás na Praça
La Hire Guerra, em frente, em Porto Alegre. Em Jaraguá do Sul, o Irineu Bianchi
curte a cantoria do passaredo ao entardecer. E o Elmo Fiegenbaum,
temporariamente em Ribeirão Preto-SP,
manda parabéns pela crônica.
Mas a Suely Britto, de
Porto Alegre, escreve: “Juntando o texto da “Era da desobediência" e dos
sábias... eles, com um cérebro tão
pequenino, nem precisam se preparar para considerar suas ações sobre seus iguais.
É, precisamos aprender — ainda muito — com a natureza e tudo o mais que nos
rodeia.”
Por sua vez a Jacira
Lhullier, também de Porto Alegre, esteve
preocupada com a demora dos pássaros cantarem em seu bairro enquanto faziam
festa em outros pontos da capital. Entretanto, conta: “Na primeira madrugada, a
do dia 10 de setembro, os amados sabiás me despertaram com sua esperada,
desejada e invejada serenata. Que alegria! Acordei meu marido para que também
escutasse.”
Já o Osvaldo Ferreira tem vínculos mais próximos e fortes com as
aves. No seu quintal, em Caxias, entre o
arvoredo, instalou quatro comedores, onde serve,
diariamente, aos mais variados pássaros,
canjiquinha, bananas, mamões e pãezinhos amolecidos em água. Completando a
mordomia, construiu uma fonte de pedra, onde jorra água para eles beberem e se banharem em fartos
refestelos.
Segundo o Osvaldo, deve ser em retribuição e agradecimento pelo
trato recebido que os sabiás ensaiam a
serenata diária, a partir das três da
madrugada. Ah, e um deles tomou o hábito de exibir seus dotes canoros, àquelas
horas, na sacada da casa.
Bom, a esta altura, embora não seja ornitólogo, nem mesmo um ornitófilo
— aquele que se dedica por prazer à ornitologia, li no dicionário —, devo
esclarecer que temos falado acerca dos sabiás-laranjeira, pois existem dezenas
de espécies dessa ave pertencente à família dos turdídeos.
Com tantos admiradores
desses pássaros, quem sabe saia uma ONG “Amigos dos Sabiás”. Todavia,
fique claro, nada de convênios com
órgãos públicos...
P.S:
“Mínimas Confissões” na Feira do
Livro:
Banca da Livraria do Maneco
Ou pelos sites:
www.letraevida.com.br
www.maneco.com.br
www.livrariacultura.com.br