quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Ressonância com arte

Almiro Zago                                 

Numa dessas deprimentes manhãs de outubro, a chuva, essa visita abusada, não conseguiu me infundir temores de enfrentar o trânsito complicado para um exame de ressonância magnética.

Por isso, à hora marcada e com a antecedência pedida, abri a porta da recepção da clínica e, por instantes, desconfiei de ter errado de endereço. À minha frente surgiu um lugar que mais parecia um salão de artes, bom de espaço e adequadamente iluminado.  

Capturando meu olhar, as paredes exibiam quadros de bons pintores, inclusive um Gotuzzo. Cerâmicas e esculturas completavam o qualificado ambiente.

E aí o que seria tempo de espera, agradavelmente, consumiu-se na apreciação das obras de arte, como se estivesse numa bela exposição.

Chamado para a sala de exames, percorri um corredor com seus muros laterais mostrando muitos e belos quadros, e eu ia me esquecendo do que ali fora fazer.

Talvez meia hora depois, ainda estático, deitado no interior da máquina, ao som das insistentes batidas do aparelho em ação sobre meu crânio, formulei a plausível hipótese de que o inventor desse sistema de exame deveria ser, ou há de ter sido, grande apreciador do chamado rock pesado.

Afinal, uma forma de arte, também. 

*** 

Sidi Center, Rua Prof. Freitas e Castro, 481.
10.10.2015

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