Almiro Zago
Entardecia na mexicana Sierra Madre del Sur com seus picos enevoados beijando as alturas de 1.800 m, quando o teleférico preguiçosamente elevava-se rumo ao hotel Monte Taxco. Da pequena cabina deixava-se ver a periferia de uma cidade encravada na encosta da montanha até surgirem os coloridos telhados do que seria seu centro histórico.
Era Taxco de Alarcón. E vista daquele ponto privilegiado, se um pedaço de mar estivesse aos seus pés, bem lembraria a italiana Positano. Já na manhã seguinte, andando pelas suas ruelas típicas de belo casario, com traços da arquitetura colonial espanhola, até a grande e bonita igreja barroca de Santa Prisca, vinha-me a sensação de estar passeando numa daquelas cidadezinhas das ilhas gregas — Mikonos, Rhodes.
E, todavia, encontrava-me num lugar único, na “Ciudad dela Plata” nascida com a mineração da prata, na terceira dezena do século dezesseis. Ainda hoje sua gente tem nesse metal nobre a base da atividade econômica na manufatura de joias: anéis, colares, braceletes, brincos, pulseiras, além de objetos de adorno e utensílios de luxo. E são vendidos num sem-número de joalherias, particularmente em torno da Plaza Borda.
Nesses lugares, era até bonito de ver o nem sempre contido entusiasmo das mulheres observando, escolhendo e comprando, ou a receber presente.
Taxco é daquelas cidades onde o andar pra cá e pra lá, ou pra cima e pra baixo, já é atração, embora não faltem lugares para ir como o museu da Casa Humboldt; ou o museu Guilherme Spratling, onde, além de obras de arte de toda parte, podem ser vistas peças originárias do período pré-colombiano; a Casa Borda, de 1759; a Casa Figueiroa. E, claro, os bares e restaurantes.
Mas acontece que, estando lá, cada um introjeta seus motivos de encanto: a arquitetura e as ruelas conferindo uma atmosfera peculiar, as joias de prata, a paisagem de montanha, a fachada churrigueresca* da igreja de Santa Prisca, mandada construir, em 1751, por riquíssimo minerador, legando um dos mais belos templos do México.
Mas acontece que, estando lá, cada um introjeta seus motivos de encanto: a arquitetura e as ruelas conferindo uma atmosfera peculiar, as joias de prata, a paisagem de montanha, a fachada churrigueresca* da igreja de Santa Prisca, mandada construir, em 1751, por riquíssimo minerador, legando um dos mais belos templos do México.
E, então, Taxco com seus prateados fios vai tecendo sua imagem na lembrança de quem a conheceu.
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* Barroco espanhol do primeiro terço do século XVIII, uma variante do estilo barroco que aplica maior ornamentação.
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